sábado, 27 de março de 2010

Quando ela disse, "cai fora"
A lua inteira soube, na hora
Eu era só um pobre, astronauta
Trabalhando numa armadura de lata
Meu chefe era um, robô desalmado
Ele disse aqui na lua isso é bem normal
Mulher é coisa rara, brinquedo mimado
Primeiro bota em órbita
e depois trata mal
Comprei uma passagem num foquete pra terra
e disse ao robô, a ferrugem te espera
Ele acendeu uma, luzinha na testa
e disse lá em baixo já acabou a festa
Não, eu sempre posso voltar
roubar um carro e rodar por aí
Não, eu sempre posso esquecer
a poeira lunar e ter uma mulher só pra mim
Desci pensando em todas as mulheres da vida
Gastei o meu dinheiro nos prazeres do sexo
O que pode fazer um astronauta cansado
Além de esquecer que um dia foi amado
Agora quando a lua, cresce no céu
Aperto contra o peito o coração de Bebel
e abençôo toda a indústria eletrônica
por ter criado a minha nova esposa fiel
E molho a garganta tentando me livrar
das últimas partículas de poeira lunar
Bebel então percebe e começa a chorar
e eu tenho medo que ela vá enferrujar também

quarta-feira, 10 de março de 2010

     Vim pra cá com a ideia de te ver, queria muito ter aquela sensação de vergonha e vontade que só o teu olhar - marcado por um rimel e lápis preto - pode me dar.
     Passei o dia na XV(como de costume), conversando coma família, paguei meu dentista, fiz manutenção, ajudei o Patrick, conheci a namorada do ziggy, bebi vinho e ri pra caramba, com tanta distração você sumiu do meu pensamento...Mas já estava tarde e tive de voltar...
No caminho pra casa, passei pela pracinha onde um dia vi a Ju, quem sabe na esperança de vê-la de volta..mas não vi nada nem ninguém..
     Então desci sentido Guadalupe...sabia que esse caminho me levaria até você..e dito e feito. Não te reconheci de começo, estava de cabeça abaixada, com os lados raspados, e o moicano mais alto do de semana passada.
     Te fitei com os olhos e você me respondeu como na vez passada. Acabei aproveitando a oportunidade pra cobrar o gordo do texto que ele me prometeu..Puro pretesto...mas o suficiente para:
  1. Te olhar mais um pouco
  2. Ter vontade de escrever sobre você
  3. Ter essa sensação da qual não consigo/sei explicar
  4. e Ter vontade de pular desse ônibus para te ver novamente

sábado, 6 de março de 2010

Sangue de Dragão (parte um)

 Nos Bastidores:

Quando eu falei que era maluquice encarar essa, ninguém quis me ouvir. Agora estão todos em ponto de arrancar os cabelos: Os próprios e os dos outros!
Misturar trocentos trabalhos, provas de final de período, organização da formatura com uma novidade desse tamanho é sinal de demência..Eu avise, mas mesmo que agente tivesse escolha, nem eu voltava atrás!
Teatro é o nome da maluquice, do sonho, do projeto que abraçamos, meio pra valer, meio brincando. A professora de Português, Fabiane, pediu à turma algo diferente pra apresentação de encerramento do ano, que vai acontecer junto com a formatura..E eu, fã de teatro, só pra zoar sugeri que montássemos uma peça. E pra ajudar ela topou.
Além das múltiplas tarefas na montagem da peça, me encomendaram uma espécie de 'diário de bordo'. Em outras palavras, escrever, do meu jeito, os passos (e tropeços!) da montagem.


Palco e Plateia:
O lance se resume em dar prazer a quem esta fazendo e quem vai assistir. Uma das curtições do teatro, é que não tem de separar quem trabalha de quem assiste... Numa peça todos se envolvem com a magia teatral.
Descobrimos na prática a mais pura verdade disso, a cada personagem que virava gente, nas soluções encontradas pra cenários e figurinos, na medida que as cenas se costuravam e tudo ia ganhando vida.
Criamos o texto em conjunto, a peça se chamaria 'Sangue de Dragão', e conseguiu agradar a gregos e troianos, ou seja, meninos e meninas!

A fé cênica:
Pra alguns era tudo faz de conta.'TEATRO'. Só que teatro não rima com falso. Demoramos a entender a necessidade de colocar muita verdade no que fazíamos, a fim de criar a chamada 'fé cênica'. E o que significa isso? Primeiro, se convencer de alguma coisa pra, depois, convencer a quem assiste a mesma coisa.

The end:
Bem ta cedo demais pra saber no que tudo isso vai dar..Enquanto isso eu, a morte, saio com o Bruno, o fogo, pra curtir o festival de Curitiba, e se contagiar com essa magia!