segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Em sol maior

Os avisos de praxe, os avisos de costume
Falar com seu pai ao telefone, abaixe o volume
Há quem ache, há quem despache
Brincar de soldadinhos, contra indios Apache
Aprender a usar a colher e a faca
A comer um Japonês no domino do rachi
Avião Revell, ordinários marchem
Do boneco de massinha a tinta guache
Jovem no ano, de completar dezoito anos se apresenta
Trinta e cindo anos de serviços prestados,
Se aposenta.
Garotão idoso, num belo momento, preguiçoso
Velho de guerra, moço!
Vida que segue
Agora os netos me apontam, eu sigo cego
Vendo tudo em volta e ao redor
Beijos antes de dormir, no vovô e na vovó
Nos primeiros passos
Nos cabelinhos das meninas, os primeiros laços
No supermercado de carrinho
Crescer cercado de carinho
Amarrar sozinho os cadarços
Os sustos e as alegrias, as correrias
Pra dar ponto, pra pomada de alergia
O primeiro convite para a reunião de pais
Transmitir a ética e os valores morais
É bem legal, judô e xadrez
Pra se manter bem longe do quem sabe e do talvez
Letras para o caçula que ela foi a minha melhor
Melodias pra pequena pra dormir em sol maior
Matemática e os problemas juntos a gente resolve
Um homem de caráter Jah sempre absorve
A começar pelos valores que ele absorve
Intenção sem ação, e a intenção se dissolve
Sorvete e doce, só depois do almoço
Conversar sobre a cerveja, fundo do poço
Os presidentes e os senadores, larguem do osso
Sobre Deus onipresente, sempre silencioso
Diferença do trabalho e a mão no revólver
Mas às vezes o trabalho é a mão no revólver
O caminho mais fácil... O que isso me envolve?
O sol não brilha para todos não
A vida ou morte?
Em vol em prol da prole,
Ouvindo um rock n'roll, não deixo que a pedra role
Fios de pavio curto, deixam suas mães de luto
A vida não é mole!
Agradecer o privilégio, de estudar num bom colégio
Orgulho de poder dar um mergulho, para espantar o tédio
Divertido e de verdade,
a vida que eu quis pedindo é de verdade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário